Artigo: 2022 chegou antes de 2021
O resultado das eleições em São Luís no último domingo (29), trouxe à tona algo que estava apenas em estatísticas - o fim do comunismo no Maranhão.
A rigor nessas eleições o poder de fogo do governador Flávio Dino diminuiu de 46 prefeituras em 2016, para míseras 22 em 2020. Uma queda de 49% em relação ao pleito anterior.
Quando iniciou o governo em 2015, Dino surgiu como a mudança tão sonhada pelos maranhenses, prometendo reverter a triste realidade vivida em todos os indicadores sociais do estado. Ele prometeu um pólo de desenvolvimento e entregou uma realidade pior do que encontrou.
Só precisou 6 anos para o povo enxergar, que essa tal mudança, era só mais um tópico do discurso anti-Sarney, sem nenhuma atividade prática para reverter o cenário de pobreza extrema do estado.
Logico que ninguém conseguirá reverter em tão pouco tempo, uma situação que se arrasta por longos e longos anos. Mas, o que se esperava era que pelo menos uma medida sequer fosse tomada para dar o pontapé inicial.
Conjecturas à parte, muitos falam em sucessão governamental antecipadamente, sendo que muitas águas ainda vão rolar e alguns cenários poderão sofrer mudanças bruscas.
Falando em sucessão, no limiar das possibilidades destacadas na mídia estadual, Dino se distancia cada vez mais do Palácio do Planalto e, a possibilidade de ficar no cargo até o fim do mandato, fica cada vez mais próxima, diante do embate entre o vice Brandão com o senador Weverton Rocha. Nenhum dos dois abrirá mão dos seus projetos pessoais em benefício do outro.
Com a esquerda dividida e o péssimo resultado para o capitão dos leões, só resta uma terceira via para arrefecer os ânimos, injetar esperança e tentar uma saída diplomática para o enfrentamento às forças da ala direita nas eleições vindouras:
Dino fica no cargo para tentar eleger o seu Walter ego, o depuitado Márcio Jerry para o governo, indicando o seu vice Brandão para o senado e isolando Weverton (Rocha) e Josimar (Maranhãozinho).
Apesar de muitos acharem essa possibilidade uma loucura, está cada vez mais evidente que o antigo casamento se desfez. Uns se transformaram em água (da Caema) e outros em óleo,. E dessa mudança radical, não existe mais a possibilidade de uma união estratégica.
Para Dino e seus aliados, Weverton e o seu PDT não são mais confiáveis, uma impressão que parece ser irreversível. Só parece!
Maranhãozinho apesar de ser uma força e ter feito 40 prefeitos, não tem a liga (de bolo) para engrossar uma grande massa em torno de seu nome. Talvez a união com Weverton ( 42 prefeitos) , pudesse ser uma solução para a formação de uma grande chapa, para fazer frente aos comunistas.
Em lugar privilegiado está o Senador Roberto Rocha do centro-direita, que tem a chave do cofre federal e o apoio incondicional do presidente Bolsonaro. Além dos dissidentes da base de apoio do governo estadual, que colaram na campanha de Eduardo Braide à prefeitura e, mostraram que não aceitam mais cabresto.
Na verdade Weverton, Josimar, Roberto e um candidato do Palácio, que dificilmente deverá ser Brandão, serão os protagonistas dos próximos capítulos na corrida para as próximas eleições em 2022.
Você estar se perguntando, por que Dino não irá indicar Brandão ao governo? A resposta é a seguinte: Ele já teve a experiência do primeiro e segundo turno em São Luís e, é claro! não vai querer repetir o que não deu certo. Os entendedores, entenderão!
Que 2022 chegou antes de 2021, isso podem ter certeza e, os incautos que usavam sapatos altos e narizes empinados vestidos de vermelhos, agora veem que o buraco mais embaixo, está a apenas dois palmos dos seus narizes escorridos do choro nostálgico do poder.
Ricardo Fonseca é Jornalista e Editor do Blog Propagando.