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SUCESSOS ABSOLUTO NO SEGUNDO FÓRUM DE CULTURA E TURISMO DE PARNARAMA

SUCESSOS ABSOLUTO NO SEGUNDO FÓRUM DE CULTURA E TURISMO DE PARNARAMA

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Em uma noite marcada por emoção, patriotismo e valorização da identidade local, o Município de Parnarama-MA, único projetado do estado, deu um importante passo na promoção de sua cultura e turismo por meio de ação contemplada pela Lei Aldir Blanc. A atividade foi realizada nesta quarta-feira (04), em parceria com o Governo Federal, e evidenciou ao Brasil as riquezas culturais e turísticas de uma terra marcada por história e tradição.

Projetada pelo engenheiro Mauro de Sá Mota, Parnarama é símbolo de planejamento urbano no interior maranhense. Durante o evento, destacou-se o protagonismo da secretária municipal de Cultura, Fabiana Ribeiro, cuja atuação entusiasta e comprometida esteve em harmonia com a do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Henrique Maciel Silveira. Juntos, deram um verdadeiro espetáculo de gestão cultural, fazendo com que a cidade brilhasse como uma estrela no firmamento das celebrações populares.

A solenidade de abertura, realizada na Praça Poeta Juarez Nunes Leal, foi conduzida sob a luz prateada da lua e os aplausos calorosos do público. Na ocasião, o prefeito constitucional do município, Juvenal Silva, afirmou: “Considero a Educação e a Cultura como os pilares sólidos para o desenvolvimento de uma sociedade”, reafirmando, ainda, seu compromisso com o fortalecimento contínuo da cultura em todas as suas vertentes.

O palco da praça tornou-se um espaço sagrado de celebração à diversidade cultural: artistas locais apresentaram repertórios variados, com estilos musicais múltiplos, manifestações de religiões de matriz africana (Axé), danças e toadas regionais, além de exposição do rico artesanato parnaramense.

A secretária Fabiana Ribeiro demonstrou, mais uma vez, que sua atuação na pasta da Cultura é pautada por um nativismo autêntico e uma devoção profunda às raízes do município. Herdeira do legado do fundador de Parnarama, o poeta e político Lauro Barbosa Ribeiro — primeiro prefeito e deputado estadual por duas legislaturas — Fabiana representa a continuidade histórica de um projeto de identidade e pertencimento.

Um olhar sobre o passado

A história de Parnarama remonta a um entrelaçamento com o município vizinho de Matões. Com o objetivo de facilitar o intercâmbio comercial com cidades do Piauí, como Teresina, Floriano e Parnaíba, por meio da navegação no rio Parnaíba, o comerciante e líder político Lauro Barbosa Ribeiro iniciou um movimento pela transferência da sede municipal.

Tudo começou com um abaixo-assinado contendo duzentas assinaturas, entregue ao então prefeito José Maria Barbosa Ribeiro. A mobilização, contudo, não obteve êxito imediato. Foi então que o governador Saturnino Belo convidou Lauro Barbosa ao Palácio dos Leões para discutir a situação política de São José dos Matões.

O encontro, precedido de um bilhete enviado pelo advogado provisionado Djoces Lima — que escreveu: “Paira no Correio de Belém, um telegrama do Excelentíssimo Senhor Governador Saturnino Belo, convidando-o a Palácio para falar de política” — foi decisivo. Vale lembrar que, à época, a cidade de Palmeirais era conhecida como Belém.

Investido do cargo de prefeito de São José dos Matões e contando com a atuação parlamentar de seu irmão, o ex-padre e deputado Joel Barbosa Ribeiro, o projeto de mudança da sede municipal ganhou força. Joel conseguiu aprovar a Lei Estadual nº 128, de 17 de setembro de 1948, que transferiu a sede para o povoado de Terra Nova, às margens do rio Parnaíba. A nova cidade foi oficialmente inaugurada em 10 de abril de 1949, elevando-se à categoria de município, enquanto São José dos Matões foi rebaixada a vila.

A medida, contudo, gerou ressentimento duradouro entre os matoenses. Para pôr fim ao impasse político, o governador Eugênio de Barros — natural da região do Tremedal, em Parnarama — sancionou a Lei Estadual nº 849, de 30 de julho de 1952, que desmembrou a Vila de São José dos Matões do território parnaramense e a elevou novamente à condição de município, agora sob o nome de Matões.

O gesto diplomático encerrou a rivalidade entre os líderes Lauro Barbosa Ribeiro, de Parnarama, e Antenor Pereira de Brito, de Matões. Um episódio emblemático desse conflito foi a determinação da Guarda Municipal de Parnarama de prender, em território matoense, o jovem militante Alcebíades Ângelo da Silva e seu pai, o lavrador Pedro Ângelo da Silva.

A construção urbana de Parnarama contou ainda com um parecer do médico Pedro Braga Filho, atestando a salubridade do solo, e com o simbólico batismo da cidade nas águas do rio Parnaíba — o “Velho Monge” — pelo tenente do Exército Aluísio de Abreu Lobo, que o comparou ao rio Jordão, onde Jesus Cristo foi batizado.

Assim, entre memórias históricas e vibrante celebração cultural, Parnarama reafirma sua identidade como “Terra das Palmeiras”, palco de resistência, beleza e progresso, cujas raízes continuam a florescer no presente.

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