No início dos anos 80, aproveitando a fase dourada da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste-SUDENE, empresários de outros estados, mormente de Pernambuco, adquiriram terras a preços camaradas na zona rural do município de Parnarama, e a princípio optaram pela atividade da agropecuária. 

Para instalar suas grandes fazendas, a primeira providência foi expulsar sem dó e sem piedade inúmeros camponeses que até então viviam hereditariamente em um sistema quase feudal e em perfeita harmonia com os grandes latifundiários da região.

Essa atitude, além de brutal e desumana culminou com a falência do ciclo produtivo da agricultura familiar, pondo em prática o chamado "êxodo rural" desagregador, torturador e destruidor de sonhos.

AS CONSEQUÊNCIAS 

Os pobres camponeses, sem profissão alguma e sem outra saída, migraram para as periferias das cidades na ilusão de encontrar meios para a sua sobrevivência. Entretanto, com raríssimas excessões tiveram que, para início de conversa, perder o controle familiar, amargando a triste realidade de ver os filhos mergulhados no submundo do crime e das drogas, obrigando-os a aceitar as apunhaladas tristes das consequências deixadas pela ganância empresarial invasora.

Depois de quarenta anos ferindo de morte a natureza e devastando indiscriminadamente a fauna e a flora, venderam tudo e regressaram para seus estados de origem deixando para trás o rastro da avalanche destruidora.

Passado esse ciclo, esteve temporariamente praticando os mesmos males a cultura do eucalipto protagonizada pela arrogante e poderosa SUZANO, que assim como as outras, deixou a ferida sangrenta da maldade na vida ecológica do município de Parnarama e foi implantar uma indústria de celulose em Açailândia, uma importante cidade da região Tocantina.

Depois de usar e abusar das nossas riquezas naturais e da tolerância de uma sociedade pacata, trabalhadora e civilizada, a gigante SUZANO e os empresários da efêmera Agropecuária cederam o espaço para o Agronegócio, protagonizado por poderosos empresários oriundos da região Sul do Brasil, que numa dimensão de alto padrão técnico cultivam em grande escala principalmente soja e milho.

Não se tem notícia se essas empresas têm endereço jurídico e fiscal no município. Em caso negativo, infelizmente não produzem divisas para o explorado município de Parnarama. No entanto, essa é apenas uma dúvida que paira sobre a cabeça do jornalista titular do blog jjpereira.com.br. que põe o noticioso de portas abertas para esclarecimentos.

O Agronegócio alavanca a economia em nível nacional e exporta toda a sua produção para vários países através do Porto do Itaqui em São Luis do Maranhão.

OMISSÃO DOS PODERES 

Durante todas essas décadas os poderes Executivo e Legislativo vêm se mostrando omissos e indiferentes aos clamores populares, permitindo que os males se tornem crônicos e nocivos a todas seguimentos sociais.

A omissão das autoridades executivas e legislativas municipais parecem ter sintonia com alguns órgãos estaduais. Começando pelo Departamento Estadual de Trânsito-DETRAN e a Polícia Militar do Estado que, embora conscientes do grande número de motos roubadas circulando livremente pelas zonas urbana e rural, infelizmente não adotam medida alguma para coibir essa visívele vergonhosa anomalia. Além do mais, o fluxo de veículos motorizados, com maior intensidade de motos, funciona de forma anômala e descontrolado longe dos olhos das autoridades do trânsito, que deixam evidenciado que para eles a única prioridade é a arrecadação de impostos, que nem sempre retorna em benefício da sociedade.

Essa desorganização no trânsito vem provocando constantes acidentes ocasionando perdas de vidas humanas e outros prejuízos, com grandes reflexos no setor de saúde gerido a duras penas pela prefeitura municipal. 

Achando a desgraça pouca o poder público fecha os olhos para animais dos mais variados tipos desfilando com total liberdade pelas vias urbanas causando acidentes, muita das vezes de natureza grave.