O DESENHO ATUAL DA POLÍTICA DO MARANHÃO
Após o café dessa manhã límpida, ensolarada e rediosa deste sábado, como um homem de imprensa livre e independente, decidi emitir minha humilde opinião sobre as eleições deste ano a nível de Maranhão. Até pouco tempo as expectativas giravam em torno de um suposto racha no grupo político dominante. E, nessa infrutífera possibilidade, muitos maranhenses até torciam efusivamente. Se realmente isso viesse a acontecer, obviamente o ministro Flávio Dino se tornaria o grande líder de uma até então esperada frente oposicionista ao governador Carlos Brandão. Contudo, as pedras do tabuleiro político já estavam previamente marcadas com o destino e projeto desenhado nas eleições de 2022. Calma! Vou explicar: a candidatura de Weverton Rocha surgiu para abocanhar grande parte das lideranças, objetivando evitar uma candidatura única da oposição, o que em caso negativo, poderia ter um desfeixo fatal para a candidatura Carlos Brandão. Nesse trem muitos líderes embarcaram por incompetência ou conveniências, a exemplo do então senador Roberto Rocha, o deputado federal Josimar de Maranhãzinho, o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos e outros. No final, "entre mortos e feridos salvaram-se todos." Ao tomar posse, Brandão pôs em prática sua habilidade e serenidade para se fortalecer nas principais instituições do Estado, conquistando respaldo na Assembleia Legislativa, na FAMEM e na OAB. Lá por cima, o todo poderoso Flávio Dino, em silêncio costurava sua consolidada investidura como vitalício no Supremo Tribunal Federal-STF. Só que, na contramão das suas respostas na famigerada sabatina no Senado da República, continua em conversas de pé de ouvido "dando as cartas e jogando de mão" na política maranhense. Prova disso, foi a consolidação da futura candidatura do deputado Duarte Júnior-PSB para prefeito de São Luís e de Felipe Camarão-PT para a sucessão estadual em 2026. Tudo isso conquistado por livre e espontânea pressão, haja vista, que, doravante tem em suas malvadas mãos as armas que aterrorizam a classe política brasileira, o poder infinito, ilimitado e supraconstitucional do STF. Com esse quadro desenhado, Brandão joga as suas fichas nas eleições municipais. E, nessa estrada, encontrará sérios obstáculos; primeiro, como herança de seu aliado forçado Flávio Dino, comanda um Estado débil e cambaleante economicamente. Para coroar seu calvário, tem pela frente uma avalanche de aliados de 2022, em disputas aguerridas em quase todos os municípios maranhenses. Como diz o velho adágio popular das quebradas nordestinas: "é no andar da carroça que as abóboras se ajeitam." J. J. Pereira - jornalista DRTMA 00613JP é curto e grosso.