UM POUCO DA MINHA TRAJETÓRIA 

Sou um  homem de origem humilde.Tenho a honra de ter nascido em meio aos verdes buritizais da bela Passagem Franca do Maranhão. Sou um sertanejo determinado com travessias doces e amargas nas vertentes da vida. 

Na cidade de Parnarama, onde cheguei em março de 1968, ingressei no antigo curso Primário. No ano seguinte, como ginasiano, ajudei a fundar o Grêmio Literário Bandeurante. Eleito por unanimidade como orador oficial, me tornei líder estudantil e consegui filiar aquela entidade estudantil à União Maranhense de Estudantes Secundários-UMES.

Partindo para a política partidária, em 1976 fui eleito vereador de Parnarama com 22 anos de idade. Apesar de ser um empedernido e inflexível oposicionista no âmbito municipal,  consegui junto ao governador João Castelo mais de trinta nomeações para professores e auxiliares administrativos para o povo que eu honrosamente representava. Consegui o primeiro posto de saúde de Parnarama, mais tarde reformado e ampliado pelo prefeito Raimundo Silveira, é hoje a Unidade Mixta de Saúde Dr. Wanderley Lamar Nunes. Como amigo e compadre do governador João Castelo contribuir para uma anistia total junto à SUDENE, dos débitos contraídos pelos agricultores em decorrência de uma seca devastadora da época. 

Em 1.990 fui içado por Deus e o povo à condição de deputado estadual. Confesso que cometi alguns erros, não crimes. Mas a história conta que acertei muito mais que errei. 

Em 1.992, Abracei uma batalha judiciária para tornar o senhor Raimundo Silveira elegível, com o objetivo de concorrer ao cargo de prefeito de Parnarama. No TRE do Maranhão, onde o senhor Flávio Dino era juiz, a candidatura que eu defendia com unhas e dentes, foi indeferida por unanimidade. Em recurso impetrado em tempo hábil para o TSE, faltando apenas quinze dias para a eleição, Silveira teve sua candidatura deferida por 5X1, graças ao grande jurista brasileiro Luis Rafael Mayer, por mim contratado e pago em dólar antes do julgamento. 

Naquela época deputado estadual não tinha direito a emendas parlamentares. Mesmo assim, foi possível construir a praça São Luis, a avenida Vitorino Freire, a estrada para o Paiol do Rio, os primeiros poços artesianos para os povoados Olho D'água do Nôga e Poço dos Cachorros, sem esquecer a famosa frente de serviço, na seca de 1.993, onde os lavradores trabalhavam em pequenas obras improvisadas para eles mesmos, e recebiam o pagamento quinzenalmente, enquanto as chuvas voltassem a molhar o solo rural parnaramense. Nessa mesma linha foram distribuídas muitas cestas básicas para as pessoas de pouco poder aquisitivo.

Depois, mesmo sem mandato, através do Programa "Comunidade Viva" do governo Roseana Sarney, muitas outras obras foram realizadas. Mas a partir daí, como eu não tinha mais mandato, os governantes municipais omitiram a minha participação, em cumprimento à velha regra popular: "vale quem tem". 

É importante frisar, que, a batalha por mim travada junto ao governador Edison Lobão para conseguir a eletrificação do povoado Brejinho, infelizmente os recursos só foram liberados pelo Banco Mundial depois do meu mandato. Fato que o então prefeito David Carvalho fez questão de esconder a verdade e assumir a indevida paternidade total da obra.

Hoje sou um homem esquecido e injustiçado. Todavia, informo aos navegantes que sou subestimado, não vencido. 

Para mim, o que importa é a minha grandeza moral.Tenho um passado ilibado. Sou combatente implacável contra os corruptos e repúdio veementemente o mundo sórdido e destruidor das drogas. Odeio hipocrisia, ingratidão, covardia e bajulação, embora eu seja consciente que essa sordidez moral se faz inevitável em quase todas as vertentes da vida humana, com mais frequência nos ambientes de trabalho, onde geralmente a fraqueza moral se transforma em suporte para obter vantagens pessoais. Pessoas com essa índole é uma honra tê-las como inimigas. 

J. J. Pereira - jornalista DRTMA 00613JP é curto e grosso