Veja mostra envolvimento de políticos do Piauí com traficantes de drogas
Por: Redação do Portal AZ
A revista Veja desta Semana destaca o Piauí, ou melhor, alguns políticos do Piauí, entre eles, o ministro Wellington Dias, por relações perigosas com elementos do narcotráfico.
A revista resume o que muito já se publicou aqui sobre a esquisita, estranha nomeação de Ramon Santiago, pelo presidente da Assembleia Legislativa Franzé Silva, em janeiro, estando ele preso desde novembro. Desmente também o mesmo Franze, quando divulga que o salário dele nunca foi devolvido.
A Veja sublinha que na gestão passada Ramon estava sendo “”assessor” no gabinete de um deputado do MDB, porém não cita o nome.
Ao elencar os traficantes que se encontram presos, a Veja chega em Wellington Dias: “De fato, os narcotraficantes piauienses tinham acesso a gabinetes poderosos do estado. Em 2021, por exemplo, o então governador Wellington Dias recebeu o corretor de imóveis Ítalo Freire Soares em uma audiência no Palácio Karnak. O encontro, segundo o “empresário” postou em suas redes sociais, foi para discutir o “fortalecimento do empreendedorismo”. Ítalo, como ficou posteriormente comprovado, pertence ao mesmo grupo criminoso de Ramon Santiago. Ele é apontado como o operador financeiro do esquema, responsável pelo fluxo de caixa relativo à compra e venda de cocaína. Wellington Dias, evidentemente, não tinha como saber das atividades clandestinas do visitante e até posou para uma foto ao lado dele. Nesse dia, esqueceu-se de uma das máximas mais complexas da política: nem sempre a proximidade entre poder público e empresários de sucesso repentino faz bem”.
No início de fevereiro, porém, apenas dois meses depois de ser preso, ele já estava trabalhando fora. O traficante foi contratado pela Assembleia Legislativa do Piauí, exercia a função de assessor parlamentar, ganhava 9 000 reais de salário e cumpria expediente. Consta, inclusive, que ele assinava a folha de ponto, como qualquer um dos 3 500 funcionários que ocupam cargos de comissão na instituição. Ramon, é óbvio, nunca deixou sua cela, não deu expediente algum nesse período, mas recebeu os vencimentos. As autoridades ainda não sabem explicar exatamente como isso aconteceu, mas dizem que o caso é um exemplo do nível de infiltração do crime organizado na política do estado. O traficante foi nomeado pelo presidente da Assembleia, deputado Franzé Silva (PT). PT e MDB formam uma aliança política que governa o Piauí há três décadas.
A polícia descobriu que Ramon já havia ocupado a função de assessor da Assembleia também antes de ser preso, lotado no gabinete de outro deputado emedebista. De julho a dezembro de 2022 (lembrando que ele foi preso em novembro), ele recebeu ao todo 63 000 reais em vencimentos. O caso, no início, parecia uma daquelas típicas patacoadas paroquiais. Durante a investigação, no entanto, foram colhidos indícios de que a quadrilha pode ter ajudado a financiar certas campanhas políticas e usado dinheiro das drogas para comprar votos para alguns parlamentares nas eleições passadas. O Ministério Público não revela os detalhes, mas confirma que outras ações estão em curso.